sexta-feira, 4 de setembro de 2009

AFRICA MÃE 2009


Saudações a um e a todos em Nome de Sua Majestade Imperial, Imperador Haile Selassie I, Rei dos reis, Leão Conquistador da Tribo de Judá, JAH Rastafari.



A Associação Cultural Nova Flor promoveu no dia 23 de maio (sábado), a quarta edição do seminário “África Mãe”, abordando diversos temas que permeiam o universo africano. E no dia 25, segunda-feira, um show de Reggae Roots, com nomes expressivos desta linhagem na Bahia.






A data foi escolhida para enfatizar o dia 25 de maio de 1963, quando em Addis Abeba , Etiópia, foi formada a OUA (Organização da Unidade Africana) por
iniciativa de Ras Tafari Makonnen, Haile Selassie I, último Imperador
Etíope,(descendente direto da união do Rei Salomão com a Rainha de Sabá), e
diversos líderes de nações africanas.
Muito respeito se tem a ele pela modernização do Império Real, pela publicação
de uma Constituição, pelo papel ativo da Etiópia nos assuntos mundiais, pela
política de pacifica neutralização e pelo desenvolvimento em geral da qualidade
de vida de seu povo.


O evento, ocorrido no auditório do Sindicato dos Comerciários, no bairro de
Nazaré, teve início às 14h40 com Márcio Paim, graduado em História pela
UCSal, que discorreu sobre “Darfur: entre o pós-colonial e as independências”,
seguido de Alyxandra Gomes, doutoranda em Estudos Africanos no CEAO/Ufba
abordando assuntos a cerca da Literatura Africana e a psicóloga Silvia Carvalho
que contou uma história de matriz africana – a aranha acely.
No segundo momento, o Rastafari, músico e teólogo Ras Sidney Rocha
desenvolveu o tema “Rastafari, religião de matriz africana”.
“Religião é composta, na maioria das vezes, de alguns elementos como:
símbolos, a(s) divindade(s), os rituais, as doutrinas ou leis divinas. Ou
seja, se a gente analisar, na essência da prática, RastafarI tem tudo
isso, como os símbolos: Leão Conquistador da Tribo de Judá e Estrela de
Davi, a cultura e os elementos Nyahbinghi, a divindade Jah, Haile
Selassie I, dentre outros elementos. RastafarI é religião, porque religião é vida”.


O historiador e pesquisador de música reggae, Antonio Raimundo, falou sobre
“A música reggae no Brasil”. Ele exemplificou a difusão do Reggae pelos países
de forma espiritual e consciente, citando a participação dos músicos
internacionais na divulgação da música Reggae pelos países imperialistas.
Aborda o espaço oferecido e disponibilizado para o Reggae na Bahia,
enfatizando a discriminação e marginalização que ainda recai sobre a Música
Reggae e a Cultura Rastafari.
Já Goli Guerreiro, pós-doutoranda em Antropologia pela UFBA, abordou
“Terceira Diáspora, Culturas Negras no mundo Atlântico”. Começa abordando
as diversas visões sobre vários pontos africanos. Aborda a 1º Diáspora ocorrida
durante o período da escravização do homem e mulher africanos. Chegando a 2º
Diáspora que é o momento de migração dos africanos e africanas para países que,
supostamente, forneceriam mais condições de desenvolvimento. Sendo esse o
segundo momento de difusão das populações africanas pelo mundo.
A 3º Diáspora é configurada pelo reencontro do africano com seu mundo, através
dos símbolos e significados modernos.


Encerrando, o professor e geógrafo Jorge Conceição, traz o tema: “Educação
Pluriétnica Corporal e Ambiental”. Fala sobre o comprometimento que devemos
ter com a natureza e enfatiza a utilização descontrolada dos recursos naturais.
Fala da saúde como manutenção da harmonia social e solidariedade e aborda a
questão da auto-estima para principiar atitudes na saúde, como forma de autoconsciênciae crescimento humano. Entra com o tema de medicina natural, onde menciona hábitos alimentares naturais, direcionando o bem estar físico e espiritual.

Houve então o segundo dia, onde aconteceu o show com as bandas Kebra Nagast (banda que tem em sua base a mensagem e a vivência Rastafari), o músico Ras Ciro Lima e Banda, além do músico RastafarI Thiago Correia da Comunidade Quilombola de Sião (Alagoas) e Ras Geraldo Cristal.
Para os irmãos e irmãs que estiveram presentes, foi um fechamento em forma de celebração da cultura Africana e Rastafari, onde todos puderam sentir a pulsação e vibração que emanou do Alto, Jah RastafarI.

Mais uma vez damos graças ao Altíssimo por mais uma oportunidade de compartilharmos o conhecimento acerca da africanidade presente no Movimento Rastafari, damos graças a todos e todas que nos brindaram com suas presenças e nos ajudaram a construir mais uma edição deste evento.
Glórias sejam dadas à JAH RastafarI, Rei da Criação, Haile I Selassie I - O Poder da Santa Trindade. Bençãos.

terça-feira, 21 de julho de 2009

COSNCIÊNCIA PAN-AFRICANA!


SEMINÁRIO: UM POVO, UMA LUTA, UM DESTINO.

A Associção Cultural Nova Flor, que vêm atuando na consolidação do Movimento Rastafari na Bahia, realiza mais uma edição deste evento que resgata e discute as idéias do Pan-africanismo - sua origem, suas pautas e seus idealizadores - com o foco em um dos principais responsáveis pela propagação dessa corrente, o pensador pan-africanista Marcus Garvey.

DATA: 15 DE AGOSTO

LOCAL: Sindicato dos Comerciários de Salvador
Rua Francisco Ferraro, 53 - Nazaré
Ao lado do Colégio Central



HORÁRIO: 14:30h

quarta-feira, 10 de junho de 2009

DESMISTIFICANDO RASTAFARI:

Entrevista - Ras Sidney Rocha

ilustração por Muin


Bloco 01 (Raízes e Ser Rastafári)
- Ouça e baixe aqui:
www.4shared.com/file/110562859/7008050c/PodcastK707_RasSydneyRocha_Bloco01.html

Bloco 02 (Nova Flor e Distorções da Bahia)
- Ouça e baixe aqui:
www.4shared.com/file/110563528/f82a576b/PodcastK707_RasSidneyRocha_Bloco02.html

Bloco 03 (Cenário Reggae e Poesia)
- Ouça e baixe aqui:
www.4shared.com/file/110564507/c77410c1/PodcastK707_RasSidneyRocha_Bloco03.html

Bloco 04 (Retorno à África e Espiritualidade)
- Ouça e baixe aqui:
www.4shared.com/file/110565680/2b33d656/PodcastK707_RasSidneyRocha_Bloco04.html

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Programa #07
Ras Sidney Rocha

Ativista e Músico.

Taurino, natural de Salvador, de maio de 1968, é formado emTeologia e ativista do Movimento Rastafári da Bahia desde 1985, sendo o atual diretor da Associação Cultural Nova Flor, que funciona em Salvador há quatro anos, e é voltada à consolidação do Movimento Rastafári enquanto movimento sócio-cultural, político, filosófico e espiritual.

Ras Sidney Rocha também é músico percussionista e compositor, fundador da banda Kebra Nagast, na ativa desde 2004, mas sua ligação com o reggae tem mais de 20 anos. Escritor e poeta, possui um livro de poemas em via de publicação, intitulado
Infinito, que vai sair, de forma independente, até o final de 2009. Por fim, o multi-rasta de Rocha ainda é artesão, especializado em produtos derivados do coco, de colares até porta-jóias, que estão disponíveis só por encomenda, o que lhe rendeu, entre outras coisas, um intercâmbio cultural na França e na Suíça em 2003.

Sidney Rocha indica para ouvir Bob Marley, Peter Tosh, Ijahman, Burning Spear, Jacob Miller, Márcia Griffiths, Rita Marley; ler a
Bíblia; assistir O Nome da Rosa, de Jean-Jacques Annaud; e contemplar a vida, a natureza, a nós próprios, a Jah, o criador.

“Eu sou servo de Jah, o Altíssimo, voltado para a exposição do Alto, tentando manifestá-lo aqui no mundo”.

“Almejo um mundo mais justo, uma sociedade igualitária e fraterna”.

“Então, Marcus Garvey tem uma frase muito importante: ‘O homem que não conhece o seu passado, sua cultura e sua história é como uma árvore sem raízes’. Infelizmente a maioria das pessoas daqui na Bahia, que são afro-descendentes, por diversos motivos, não conhecem a sua história; por conta disso, descriminam o rasta. Mas esse processo está sendo desmistificado”.

“A gente está muito tranqüilo a cerca dessas pressões, descriminações, até porque as projeções que geralmente as pessoas fazem, é atribuir aos outros seus próprios desejos e sentimentos. Então, o problema não está com a gente, e sim em quem nos descrimina. Mas nos sentimos na obrigação de desmistificar essas coisas, para que tenhamos uma sociedade mais igualitária e justa, e conseqüentemente, uma sociedade onde reine a paz”.

“Infelizmente aqui acontece muita caricatura. Pessoas que tem os cabelos grandes absorvem a denominação de rasta, quando não tem nada a ver com o movimento. Isso tem influenciado de forma muito negativa. E o Rastafári não está só na questão estética”.

“Para mim, a melhor maneira de se conhecer um rasta, é pelas suas ações”.

“É interessante nos concentramos e adentrarmos aos conceitos históricos. As pessoas não esquecem de ressaltar a nobreza da rainha da Inglaterra, por exemplo. Mas quando se trata de um rei etíope, negro, pouco se fala, ou quando se fala, é de maneira pejorativa. Então, é interessante sim ressaltar todos esses títulos, essa linhagem, porque as coisas não acontecessem por acaso”.

“Hailé Selassié é um atributo divino, o poder da Santa Trindade. Aí está uma das grandes confusões. Muitas pessoas vêem Tafari Makonnen como um Deus. E ele sempre disse que não era. Mas ele tinha uma porção divina dentro dele, o poder da Santa Trindade. Como eu tenho, como todos que acreditam em Yeshua. E isso é questão de fé, deve ser respeitado”.

“A minha verdade está me renovando a cada instante”.

“Na maioria das vezes as pessoas vivem muito na superficialidade, baseada no ter. Nós rastas buscamos a nossa essência, ou seja, o ser. Mas isso não quer dizer que não tenhamos. O Movimento Rastafári não faz uma apologia à auto-comiseração, ao contrário do que muita gente fala. E é interessante possuirmos as coisas, e não sermos possuídos por elas”.

“Nós (
Associação Cultural Nova Flor) temos um calendário anual, oReggae em Movimento, composto por: Seminário Mulher em Foco(março), Seminário África Mãe (março), Seminário Um Povo, Uma Luta, Um Destino (agosto), Seminário Rastafári e Consciência Social(dezembro) e Seminário Música Reggae, Veículo de Transformação Social (flexível), além da Biblioteca Marcus Garvey e diversos cursos em fase implantação. Ou seja, temos uma estrutura que proporcionam uma transformação social”.

“O principal inimigo a vencer são os inimigos internos. E a paz só vem a partir de uma percepção interior e espiritual que transcende a tudo”.

“Não basta só falar, nós temos que praticar”.

“O que eu percebo aqui em Salvador é que as pessoas tentam desvencilhar a música reggae do Movimento Rastafári. Não vão conseguir. Há muitos anos que esta tentativa é explícita; os meios de comunicação, salvo exceções, colocam o reggae como se fosse uma coisa solta, como se não tivesse um fundamento”.

“Eu não posso negar o fato que ocorre, não só na Bahia, que a música reggae tem sido tocada com pouca responsabilidade. A maioria dos grupos só toca reggae. É diferente de um grupo rasta, que vive o reggae”.

“Salvo algumas exceções, é incrível: todos os estilos musicais tocam nas rádios, mas o reggae não toca. Quando toca, é nos programas especiais. Então, tem alguma coisa errada, em uma cidade com uma população imensa de afro-descendentes, que tem um público altamente consumidor da música reggae”.

“Alguma coisa tá desarmonizada com essa dita pretensão de que a música reggae vai bem na Bahia. Que bem é esse, que só existem determinados grupos que são colocados em evidência? A gente percebe nitidamente que não é dispensado o mesmo tratamento pra quem faz o reggae mais compromissado com a questão política, social, cultural e espiritual, e outras pessoas que fazem o reggae light”.

“O lugar da minha poesia começa na influência da galera do movimento dos Poetas da Praça. E a minha função é tentar captar as coisas que acontecem na vida e transformá-las em poesia”.

“A África está dentro de cada um de nós. E o mais importante é você estar cônscio de quem você é, de onde você veio”.

“Às vezes eu ouço determinadas citações de África como se fosse apenas um país. A especificidade e diversidade da África é uma coisa incomensurável. E é uma irresponsabilidade muito grande querer falar de África como se fosse uma coisa homogênea, o que não é”.

“Religião é composta, na maioria das vezes, de alguns elementos como: símbolos, a(s) divindade(s), os rituais, as doutrinas ou leis divinas. Ou seja, se a gente analisar, na essência da coisa, Rastafári tem tudo isso, como os símbolos
Leão Conquistador da Tribo de Judáe Estrela de Davi, a forma de cultuar do Nyambinghi, a divindade Jah, Hailé Selassié, dentre outros elementos. Rastafári é religião, porque religião é vida”.

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Sobre a afirmação de André Setaro, no K7#06, de que ‘o homem, que passa por um sofrimento, se engrandece’: “Acho que é normal, faz parte do processo de vida do ser humano. E as pessoas que forem sábias, passarão por esses momentos adversos e realmente virão a crescer, a dar bons frutos”.

“Há muita coisa que se fazer, porque tudo se renova a cada instante”.

“Cada um viaja da maneira que achar mais interessante. Eu gosto de viajar de avião, que é mais rápido. Outro viaja de navio, outro de bicicleta, e é cada um na sua viagem”.

“O movimento ou religião Rastafári é uma coisa muito simples, ao mesmo tempo complexa”.

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Onde encontrar Ras Sidney Rocha:
www.myspace.com/kebranagastreggaemusic e www.nova-flor.blogspot.com

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Escute a banda Kebra Nagast, com a música de mesmo nome:

www.4shared.com/file/110566194/22bf9a65/PodcastK707_KebraNagast_KebraNagast.html

ÔMEGA FYAH!




Sista DanZi I E Sista Dina Lopes (Associação Cultural Nova Flor) Falam sobre o trabalho realizado pela a Associação, mulheres Rasta e Não Rasta perante a Sociedade,Educação e o Movimento Omega na Bahia.



Cultura Rasta: O que é a Associação Cultural nova Flor?

Sista Dina: A Associação Cultural Nova Flor é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 8 de março de 2006, voltada para o consolidação do Movimento Rastafari enquanto movimento sócio-cultural, politico, filosofico e espiritual. Na construção da cidadania através de práticas educativas, culturais e sociais. Disponibilizando para a sociedade informações dignas sobre a história da África, facilitando o acesso a mesma e contribuindo para elevação na auto-estima da comunidade afro-descendente.

Culturasta:
Como as irmãs vêem as mulheres Rastas e não Rastas perante a sociedade?



Sista DanZi :
Não é o que sai de nossas bocas que diz quem somos. E sim nossas ações. Toda mulher deve meditar no que Jah nos deixou como diretriz, como guia. E não podemos dormir no ponto, pois a mulher é um grande alvo de babilônia, pois a todo tempo é tentada, não somente pela vaidade, mas principalmente pela vaidade. Rastafári leva para a mulher o feeling de virtuosidade e garra.


Sista Dina:
Nós mulheres, em geral, somos seres “construídos” por uma sociedade (babilônica) que nos impõe comportamentos e hábitos que não condiz com os verdadeiros ensinamentos. Esses comportamentos precisam ser abolidos de nossas vidas e verdadeiramente precisamos incorporar os comportamentos que condiz com os propósitos que RASTAFARI tem para nossas vidas.


Cultura Rasta:
Fale um pouco sobre o MOVIMENTO Omega NA BAHIA. Como esta a força por aê? E gostaria que comentassem se as atividades que desenvolvem, como o Mulher em Foco por exemplo, se tem contribuído para que as demais mulheres enxerguem Rastafari como uma vivência saudável, de muitas lutas e muitas conquistas também. Com relação ao que a sociedade impõe a mulher.


Sista DanZi:
Bem, o Mulher em Foco é um momento importante para por em pauta e discutir a cerca da realidade da Mulher. A tarefa não é tão fácil, até mesmo porque vivemos em uma cidade extremamente caricatural , Salvador, onde o preconceito é muito praticado ainda.Muitos aqui ainda não sabem o que é Rastafári, muito menos quem é e como é a Mulher Rastafári.Observamos também como a música (?!) pagode vem escravizando as meninas e mulheres, incentivando-as a serem vulgares.
Muitas crianças aqui não têm mais comportamento de crianças. Pularam essa fase.
A mulher Rastafári é capaz de mudar isso com a educação divina.


Sista Dina:
O movimento Omega aqui em Salvador - BA tem como finalidade informar as mulheres em geral acerca de RASTAFARI como movimento e também como Religião. Para que através dessas informações aquelas que não são Rastas tenham a necessidade de torna-se uma mulher Rasta (com o pensamento original).Temos uma parceria com o Projeto Omega Nyabinghi, do Rio de Janeiro, onde procuramos estar coesos em relação aos ensinamentos.


Cultura Rasta:
Hoje vemos que muitas crianças estão se desviando dos estudos, pois vemos que a babilônia tende a 'piorar' de uma certa forma a educação, não somente ' nas comunidades mais carentes', mas tambem nas comunidades com mais recursos, criando muitas coisas e levando-as para as ruas.Vejo que não são somente as crianças, vejo também muitos adultos desinformados, sem estrutura, e isso acaba afetando diretamente as crianças.Como nós Rastas podemos ajudar em relação a essa situação? Esperando que eles compreendem qual é a verdadeira educação.


Sista Dina:
Rastafari é consciencia social também, partindo deste princípio precisamos ter consciência e passar consciência para as pessoas dos seus diretos, principalmente o direito a uma educação de qualidade para todas (os). Nós Rastafaris precisamos exigir do Estado essa educação.


Sista DanZi:
Muitas crianças e adolescentes nas ruas, sem nada fazer, aprendendo o que não presta. Mas não é culpa deles. É simplesmente algo que faz parte da estrutura de babilônia. E este sistema governa tudo de forma desumana para que os pretos e pobres continuem na mesma situação.Todo InI que alcançar um bom nível de consciência, tem como dever instruir nossos irmãos.


Cultura Rasta:
O que mais se vê por aqui são pessoas falando do que é ser Rasta, de quem é ou não é Selassie I, ou então perguntas a cerca dos símbolos Rastas, que sempre se repetem, e que são vazias, pois não possuem conteúdo.Com tudo isso acerca do Movimento Rastafari gostaria de saber, como as Irmãs vêem o Rastafari nos tempos de hoje?


Sista DanZi:
Essas dúvidas e questionamentos sempre irão existir, mas existem coisas que são extremamente necessárias para aniquilar as dúvidas. É preciso estudar e recuperar o tempo em que perdemos sendo educados (deseducados) pela estrutura acadêmica de babilônia.É preciso conhecer a história da Nossa Mãe África-Etiópia, ler a Bíblia e meditar sempre.InI precisa estar firme e centralizado em JAH . Diretamente conectados.


Sista Dina:
Irmã está escrito que até os escolhidos se fosse possível seriam enganados (as). Precisamos ter consciência da nossa missão aqui na terra e observarmos os sinais que Rastafari está emanando. Essas coisas irão acontecer, pois assim está escrito (MAKTUB).
Eu particularmente vejo essas coisas como sinais para que nossa fé cresça mais e para que nós fiquemos mais atentas, pois o movimento Rastafari está mais do que nunca firmando suas bases para esperar o grande dia, que é a queda da babilônia.

Cultura Rasta: Agradeço pela oportunidade de compartilhar os conheçimentos com as Irmãs. JAH RastafarI.


Sista Dina: Selassie InI

Sista DanZi:
Saudações da Bahia para todos os Pretos e Pretas na Diáspora em território brasileiro.

Amor sem fim. Jah RastafarI!

RETIRADO DO BLOG "CULTURA RASTA"

Jah Abençoa*




segunda-feira, 25 de maio de 2009

MULHER EM FOCO 2009: ASSOCIAÇÃO CULTURAL NOVA FLOR

Bendito Amor Africanos e Africanas, filhos benditos do Mais Alto, Rei de Israel.


É com grande contentamento e alegria que trazemos o Relatório do Mulher em Foco 2009, 3º edição.
O evento, que acontece anualmente há três anos, teve início às 16h00min com abertura feita pela Sistah Dina Lopes.



Sistah Dina fez uma saudação, em nome de Sua Majestade Imperial JAH RASTAFARI.

A poetisa Ana Cristina recitou para o público uma poesia em homenagem às mulheres e em seguida houve a composição da mesa.

Foram convidadas para compor a mesa Sistah Daniele Mirlan, da Associação Cultural Nova Flor, que discorreu sobre A Mulher Original; Mônica Kalile, primeira superintendente de Políticas Públicas para Mulheres em Salvador e presidenta do Bloco A Mulherada que trouxe à baila a questão da Mulher Negra no Espaço de Poder e Stael Machado, professora e psicanalista que transcorreu sobre as Relações de Gênero na Sociedade Brasileira. Uma outra convidada, Nadja Santos, Militante do Movimento de Mulheres Negras, não compareceu.

A mediadora explanou a metodologia, tendo ficado estabelecido que as seminaristas teriam um tempo para discorrer suas falas e as colocações da plenária seriam feitas posteriormente.
Trabalhos iniciais feitos foi dada a palavra à primeira convidada, Sistah Daniele Mirlan.

Sistah Daniele saúda a todos com a paz e a graça de JAH RASTAFARI.
Primeiramente a convidada ressalta Março como um mês importante no calendário Rastafari, onde o aspecto feminino “rise up”, se levanta pelo seu real direito como princesas e rainhas africanas. Desmistificando falsas verdades que muitas vezes são difundidas, erroneamente.
A irmã fala sobre a busca pela essência da Mulher Original Rastafari, que segundo ela se dá a partir do momento em que nos reconhecemos como legítimos africanos e africanas, em busca da nossa ancestralidade. Algo que dificilmente acontece nos guetos e favelas, onde está a maioria dos pretos, pois nosso povo ainda não alcança esta linha de consciência, devido ao processo escravagista que não permite que isso aconteça e que praticamente os obriga a negar suas raízes.
Ela cita ainda, o fato do sistema não ter interesse na real educação, para que aqueles que não tiveram acesso à sua verdadeira história continuem consumindo e afirmando padrões europeus.
Marcus Garvey é citado como referência, já que ele nos trouxe o ideal de repatriação. Citou ainda Eva por ter sido ela a primeira mulher, pela qual todos nós descendemos e primeiro ser a pecar. Sendo este fato uma lição para as gerações futuras e não o sentimento de culpa para a mulher.
Explica ainda que o Kebra Nagast, A Glória dos Reis, livro extremamente importante para o Movimento Rastafari, relata a história do encontro do Rei Salomão com a Rainha Makeda de Sabbah e a fundação da Dinastia Salomônica, com o nascimento de Menelik I, prolongando-se em 225 gerações até Tafari Makkonen, em 1974. 



Sistah Dani discorrendo sobre a Mulher Preta Original e sua ancestralidade 



Discorre sobre a Coroação de Haile Selassie I, frisando um acontecimento bastante importante, que não deve ser esquecido. Uma quebra na tradição etíope, pois naquela época todos os imperadores eram coroados sem suas consortes, sendo elas coroadas Imperatrizes apenas dias depois. Com isso, Imperatriz Menen I, exemplo para InI, foi coroada e recebeu homenagem das 72 nações, assim como seu Honorável Esposo.
Memorando a vida da Honorável Imperatriz Itegue Menen, explica como ela foi uma mulher extremamente ativa, envolvida em diversas questões sociais pertinentes à educação das meninas da época, aos idosos, aos pobres e aos afetados por conflitos armados da região.
Inclusive, se referiu ao discurso que ela fez na época da invasão de Mussolini à Etiópia, conclamando todas as mulheres, das tropas amigas e das inimigas, a se perguntarem se queriam seus maridos mortos, a fim de rejeitar aquela guerra.
Sistah Daniele reiterou a necessidade da assunção de uma identidade africana na busca da mulher original o que implica, entre outras coisas, na desconstrução da estética padrão, que vem desviando as mulheres da sua naturalidade.
Fala ainda dos costumes originais de África que foram brutalmente retirados da rotina da mulher. Enquanto elas poderiam saber/aprender sobre o poder das ervas, hoje se dirigem às farmácias, ou seja, drogarias, para obter remédios.
Assim como foi introduzido no dia a dia feminino uma “correria”, seguida de conturbação, que faz com que mães saiam para trabalhar e deixem suas crianças em casa, muitas vezes sendo educadas e programadas pela televisão. Sem tempo para elas mesmas.
Sistah Daniele pede atenção e critica a corrente feminista que chegou nos últimos tempos, levando às mulheres uma idéia de independência absurda com relação aos homens. O que vem segregando muitas delas, pois nem todas se sentem representadas por esta “ideologia”.
Aproveita para dar ênfase ao fato da criação de Eva ter procedido da costela de Adão, não como forma de inferiorização. Abrindo uma reflexão, anti-sexista/machista para aqueles que defendem a idéia de que a mulher deve ser omissa e submissa.
Tal comportamento é mantido por alguns, mas deve ser quebrado por aqueles que buscam o amor por completo, pois Rastafari é unidade, Alpha & Omega, equilíbrio perfeito sobre a terra!
A irmã também fala sobre o tal “ismo”, encontrado em algumas correntes ideológicas como machismo, comunismo, solicialismo, etc. Afirma que nenhum é capaz de nos libertar das correntes deste sistema babilônico. Só JAHOVIA JAH Deus de Isarel!
Já finalizando, se despede falando sobre a proteção, o amor e respeito destinado à mulher por seus reais companheiros Rastas, que deve ser repetido por todos os homens.
Desejando a todos e todas que continuem na paz e na graça para todo o sempre. Selá!


Com isso, a mediadora fez os préstimos à Sistah Daniele e passou a palavra para a segunda convidada, Mônica Kalile.

A seminarista fez um breve agradecimento À Dina Lopes e à Associação Nova Flor por tê-la convidada para o evento e iniciou sua fala abordando as políticas públicas para as mulheres defendendo que as mulheres não devem ser apenas o alvo dessas políticas, elas devem ser também as construtoras dessas políticas. Citou o dia 25 de julho enquanto data importante do calendário de militância por ter sido consagrado o Dia da Mulher Negra Latino-americana. Recomendou à plenária o livro Mulher no Vento e Mulher no Tempo que conta a história de mulheres negras invisibilizadas e chamou atenção para essas mulheres que fazem do dia-a-dia batalhas infindáveis e não têm nenhum reconhecimento. Lembrando que a luta das mulheres negras não começou hoje, nem em tempos recentes e sim teve seu ponta pé com Makeda, com Luiza Mahim, entre outras que escreveram uma história de luta que ninguém ler nem ensina nas escolas.
Dando seguimento, falou da dificuldade de uma mulher negra se assumir negra por todas as opressões cotidianas que ela sofre, afirmando que ser negra é uma identidade que não se restringe aos aspectos físicos e estereotipados.


Mônica Kalile / Mulher Negra no espaço de poder



Trouxe dados acerca da quantidade de mulheres que ocupam os principais espaços de poder no país, desde a câmara de vereadores de Salvador até o Congresso Nacional e ainda enfatizou que essas poucas mulheres que ocupam os espaços de poder quando não são invisibilizadas, são maculadas por manobras politiqueiras e racistas, trazendo os exemplos de Benedita da Silva e Matilde Ribeiro. Mas também trouxe à plenária o seguinte questionamento: que mulheres queremos no poder? Será que é toda e qualquer mulher que nos representa?
Com isso, concluiu que a invisibilidade da mulher negra se perpetuará até que haja a desconstrução de um padrão racial “adequado” e sugere que deve ser feita a formação e valorização das lideranças comunitárias para tomar os espaços de poder. Tendo isso em vista finalizou sua fala, trazendo uma informação sobre o Decreto que instituiu o Fundo Municipal para Inclusão e Educação de Mulheres Negras, único instituto desse gênero na América Latina e foi incisiva ao dizer que ele é de toda e qualquer mulher negra da cidade de Salvador e que é necessário que nos apropriemos dele para fazer as coisas mudarem, pois, segundo ela, o decreto foi editado, mas o fundo não foi implementado porque o povo, a quem é de direito, não se apropriou.


A mediadora agradeceu a colaboração da convidada e passou a palavra para a palestrante seguinte, Stael Machado que explanou sobre o tema: Relações de Gênero na Sociedade Brasileira.



A convidada começou a falar do que vem a ser uma RELAÇÃO, explicando que o termo é sinônimo de contato, ou seja, que é preciso que haja um conhecimento mútuo para que se estabeleça uma relação. Então ela afirma que o conflito racial existe porque os negros e negras não estão acostumados a se ver um no outro justamente por não haver esse contato, esse conhecimento. Afirmou incisivamente a necessidade da desconstrução tanto do “príncipe encantado” quanto da “princesa” para que um se veja no outro e não fique esperando sempre a perfeição estereotipada.
Stael se reportou à ciranda infantil para fazer alusão à visão das relações conflituosas entre homens e mulheres que vão chegar às delegacias: “o cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada, o cravo saiu ferido e a rosa despedaçada...”. A palestrante fez uma referência ao auto-conhecimento como meio para se alcançar o auto-entendimento e o entendimento do outro. Com isso, a mulher passa de necessitada a necessária.


Stael Machado e as relações de gênero


A convidada ainda comentou a vitimização que ocorreu do homem na história de Adão e Eva já que a mulher se tornou a primeira pecadora e ainda mais crucificada por ter induzido seu companheiro a provar do fruto proibido. Ela enfatizou a necessidade de refletir sobre que homens e mulheres queremos para renovar a sociedade e se reportou à determinação dos papéis que são separados sexualmente desde o ventre (o enxoval rosa para a menina e azul para o menino; as escolhas pré-estabelecidas de profissões e funções genéricas no âmbito social, desde o menino ir ao estádio com o pai e a menina aprender cozinhar com a mãe).
Com isso, ela enfatiza a necessidade de reciprocidade nas relações e do companheirismo no sentido da efetiva participação do universo um do outro. Para tanto, ela ressalta, que é necessário repensar a educação a ser dada aos novos homens e às novas mulheres já que atualmente um é educado pra ser e o outro pra servir e a mudança desse enfoque na educação deve ser feito tanto pela escola quanto pela família.
Voltando a tratar da Bíblia, ela afirma a necessidade de discernir a espiritualidade da história já que a Bíblia é um livro de sabedoria que precisa ser devidamente interpretada. A palestrante ainda afirma que a convivência entre grupos é difícil e que, quando se trata das relações de gênero, trata-se de um conjunto de atributos positivos e negativos e que gênero por diversas vezes é confundido com o fator biológico, quando na verdade se distancia por que o fator biológico é apenas um dos tipos de relações de gênero, pois esta envolve qualquer tipo de relação.
E faz um alerta sobre o conceito que a lei traz dizendo que todos são iguais, quando na verdade, no dia a dia, na política, em casa, na rua, no colégio, nas delegacias, é que percebemos que essa igualdade é falaciosa e é dessa percepção que nascem os movimentos negro, de mulheres, GLBTT entre outras minorias sociais.
Dentro dessas lutas, nós mulheres estamos tomando os espaços que são tradicionalmente masculinos (“as coisas de homem”), mas os homens resistem em fazer o caminho oposto nunca abdicando de seus postos de varões, mas ainda assim, nós não precisamos atacar os homens e, muito menos, nos tornarmos um deles. A convidada encerra recitando uma poesia de Consuelo Lins.


Tendo sido encerrada a fala da última palestrante, a mediadora pediu desculpas pela ausência de Nadja Santos que também daria sua contribuição e abriu-se o debate para a plenária.

Primeiramente, agradecemos a JAH RASTAFARI por mais esta realização, a todos os presentes e um grande salve aos irmãos ausentes pela vibração incomensurável.


Glórias ao Rei dos Reis, JAH Deus da Criação!
Orientação e Proteção.
Paz!


Coordenação de gênero da Associação Cultural Nova Flor





Algumas fotos do evento:


A mesa formada




Ras Sidney falando sabiamente sobre o Livro da Vida




A presença do Irmão Renato 



Irmão Leandro saudando HIM




Ras Tony e Ras Gabriel, Máximo Respeito.


A Platéia





Encerramento 


quarta-feira, 22 de abril de 2009

POSTURA RASTAMEN

Saudações em Nome do Mais Alto JAH RASTAFARI que Vive e Reina por toda a eternidade do Alto do Monte Sião

No dia 12 de dezembro de 1960 O Rei dos reis, Haile Selassie I, desembarca com sua comitiva no Brasil.

Hoje, depois de quase 50 anos deste que Ras Tafari I esteve em visita diplomática por aqui, propomos uma reflexão sobre como seus ensinamentos são hoje tratados no Brasil.

Por todo o Brasil, de ponta a ponta, há homens que utilizam o nome de Sua Majestade Imperial (SMI) para os mais diversos fins e propósitos, não raro esses homens mancham o Seu Sagrado Nome sem nenhuma responsabilidade sobre as conseqüências dos seus atos.

Encontramos o Nome de SMI em sites comerciais, em nome de festas profanas, em letras de músicas bobas que passam por ‘reggae’, em camisetas e até cangas de praia, e aí vai. Nos shows de reggae o público profana com a boca o Seu Santo Nome com uma garrafa de cerveja em uma mão, um cigarro em outra e os olhos em alguma parte do corpo de alguma mulher mais próxima, sem nem mesmo saber o que significa a expressão “JAH RASTAFARI”.

É um profundo desrespeito que nós Rastas temos que conviver diariamente em função da desinformação e desinteresse do público do reggae com relação a Rastafari, como se fosse só mais um assunto de suas letras de músicas, que podia ser outro, como mulher, mar, sol.

Mas o que realmente causa preocupação não são essas pessoas que estão perdidas em meio às tentações e profanações da babilônia que vêem o Rasta como apenas mais um nome atrativo e lucrativo. O que é mais preocupante é a postura dos próprios Homens Rastas, daqueles que não só falam em Nome de SMI, mas se apropriam de Seu Nome como sua própria auto-identificação.

Antes de mais nada, queremos dizer aos homens que resolvem passar a se chamar de Rastafaris que tenham responsabilidade com o Nome que carregam. No momento que assumem esse Nome devem deixar para traz os comportamentos mundanos, os hábitos babiloucos, os apegos carnais, os vícios, etc. POSTURA RASTAMEN!

Para alguns homens, ser Rastafari é sinônimo de: cabelos dreads looks, o que não é a mesma coisa que ser um Homem Rasta, pois os dreads são apenas um dos componentes da fé, do movimento Rastafari, ter dreads não significa ter se tornado um Homem Rastafari.

O Homem Rastafari é um homem muito especial, tem uma percepção muito aguçada, enxerga além do que maioria vê, ele tem a beleza natural dada a ele por sua Mãe Omega e a inteligência e sabedoria de seu Pai Celestial. É muito talentoso, habilidoso, estudioso, forte, guerreiro, audacioso, e livre. Isso causa muita atração tanto de homens que querem andar com “o Rasta” como de mulheres que se sentem atraídas, na luxúria, pelo exótico rastaman.

Acontece, que muitos quando se deparam nessas situações acabam se deixando cair em tentação, se desviando do caminho reto e pecando na carne.

Não é raro os homens que enganam suas esposas, ou que mesmo levam uma vida promíscua.

Além disso, muitos ainda mantêm uma postura machista em seus relacionamentos tratando suas esposas com opressão e subjugando-as.

Em grande parte se reproduz os valores da sociedade branca racista e machista que diz que a mulher deve cuidar de afazeres domésticos e do cuidado das crianças deixando que os homens cuidem do resto.

No geral os homens são visto como o sexo “forte e dominante” (imposição da babilônia), o que leva geralmente, dentro desta sociedade imposta, os homens a desempenharem papeis como: machão, autoritário, mulherengo, precisam ter várias mulheres para serem vistos como verdadeiros homens.

Os homens são seres influenciados pelo meio em que vivem. O sistema capitalista com sua ideologia dominante que dita como os homens devem ser, o que eles devem defender, quais são seus valores e quais relacionamentos eles devem estabelecer com outros grupos.

Influenciados pelo sistema que a todo o instante dita comportamentos para os homens, comportamentos estes que têm sua base fundamentada nas relações de gênero.


“Gênero é um empreendimento realizado pela sociedade (capitalista) para transformar o ser macho ou fêmea em homem ou mulher” (Lima Junior, 2001.p.1). “Nesse sentido, gênero é uma construção social. Já que para transformar um bebê em homem é preciso investimento social”.


Esses investimentos com certeza são bem diferentes dos propósitos que Rastafari tem para as vidas dos homens e das mulheres.

Ter uma postura de um homem Rasta é adentrar em um mundo de paz interna, paz com seu próximo e principalmente com a natureza. Pois quando Rastafari criou a terra ele deu para o homem (Rasta) a incumbência de dar nomes aos animais, as plantas e a todo o ser vivente da terra.


“Havendo, pois, Rastafari ter formado da terra, todo o animal do campo, e toda a ave do céu, os trouxeram a Adão, para este ver como lhes chamaria, e tudo o que Adão chamou, a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.” (Gênesis 2:19)


Fazendo hermenêutica de Gênesis 2:19 percebemos que o homem possuía uma certa harmonia com a natureza (harmonia esta que foi perdida depois da desobediência do homem).

Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, descendente direto da dinastia Salomonica, tinha essa harmonia, pois segundo alguns estudiosos(as) da fé Rastafari, Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, Rastafari tinha o hábito de falar com os animais (um exemplo de harmonia com a natureza).

Distantes da vivência natural, influenciados pelo contexto sócio-cultural em que se inserem, alguns homens que se dizem Rastafari têm posturas totalmente equivocadas principalmente com relação às suas companheiras (Rainhas), eles conseguem reproduzir toda a estrutura machista opressora imposta pelo sistema capitalista, o sistema babilônico, muitas vezes impedindo que elas acessem o estudo e a vivência Rasta e não participem de reuniões, celebrações e outros espaços.

A Mulher têm suas funções sim, e é muito importante que ela esteja presente na educação de seus filhos, no cuidado de seu lar, e da alimentação de sua família, mas de forma alguma isso é função somente dela, ou isso a impede de estar em outros espaços. E não podemos agir como na babilônia, onde os homens ‘ajudam’ suas esposas no trabalho doméstico e no cuidado da criança, pois essa noção de ‘ajudar’ somente reforça uma separação de funções baseada em uma educação ocidental, que não se baseia em uma ancestralidade africana. Para os ‘Rastas’ que assim tratam suas esposas, com traição, reclusão e calando suas vozes e ações, perguntamos onde vivenciam a Supremacia Preta em seus relacionamentos, pois, ao que nós parece, isso é apenas uma reprodução dos hábitos dos homens brancos.

Além disso, muitos desses homens, quando se deparam com Mulheres com poder sobre seus atos, autodeterminação, autoconhecimento, e entendimento do Exemplo de SMI Imperatriz Menen, não agüentam o Fogo das Leoas, tentam calá-las utilizando-se de estereótipos machistas, e tratam logo de afastar suas esposas mais ‘mansas’ pra não serem influenciadas.

Isso não é um problema entre Rastas somente no Brasil, veja o depoimento de um Irmão Rastafari das Ilhas Virgens:


“Freqüentemente é dito às filhas Rastafaris que a mulher não deve ser vista e nem ouvida, que o trabalho de mulher seria ter bebês e que ela deveria ficar omissa nas congregações. Como pode um homem clamar o amor de Haile Selassie I, e ainda negar à sua mulher, irmã, mãe, filha, princesa, ou rainha de glorificar Haile Selassie I, com palavra-som e Ises com sua própria boca? É hipócrita! Irmãos, Eu insisto aos Eu’s para assumir o controle da I irits com verdades e direitos. Eu&Eu deve eliminar a escravidão dos Eu&Eu lares onde a mulher é considerada uma propriedade do homem. Chega de usar e abusar física e mentalmente das irmãs. Em vez disso, Eu&Eu deveria encorajá-las a completarem-se no ensinamento de Haile Selassie I, a adquirirem conhecimentos e habilidades que seriam valiosos para ela e sua família, i.e., escola ou uma profissão. Irmãs não são encorajadas a congregar e refletir, entre si, para estudos bíblicos e concretização do seu caminho. Quando irmãs tornam-se sábias, conscientes, com entendimento, se opõem ao tratamento negativo que eles as dão, utilizando os ensinamentos de Haile Selassie I como a sua força. Alguns irmãos também temem que, quando suas irmãs se reunirem com outras mulheres Rastafaris, o comportamento imoral e injusto deles será exposto. Irmãos, se você fizer o bem só o bem será falado de Eu. Lembrem-se, nunca é demasiado cedo ou tarde para um banho de chuva. Nunca é demasiado tarde para mudar.” (trecho de “Um Lugar para Mulher Rastafari” - por Ras Abede – extraído de “EU&EU Realidade Rasta - Especial Mulher RastafarI”)


Mas a grande especificidade que nos causa preocupação aqui no Brasil, é que essa postura vã desses supostos Rastas acaba afastando muitas mulheres da vivência, achando que a postura desses homens tem algo a ver com a real postura do Homem Rasta, ou que a posição imposta por eles para às mulheres tem algo a ver com a real posição da Mulher Rastafari, das Rainhas Pretas na vivência Eu&Eu.

É por isso que temos tão poucas famílias e comunidades Rastas no Brasil, mesmo depois de aproximadamente 30 anos de Movimento Rasta no país e meio século da visita de SMI Haile Selassie.

Sua Majestade Imperial I deu vários exemplos de como deve ser restaurada a harmonia que os homens perderam em relação às mulheres. Um dos exemplos foi quando Sua Majestade Imperial Haile Selassie I foi coroado Imperador da Etiópia em 1930, juntamente com ele a Imperatriz Menen também foi coroada, quebrando toda uma estrutura estabelecida pela babilônia, em relação a nós mulheres.

Segundo os critérios da Babilônia quando um homem se torna presidente de um País, governador de um Estado ou prefeito de um Município, a sua companheira (esposa) se torna ‘primeira dama’. Para Rastafari nós mulheres somos mais que primeiras damas.

Nossa crítica se torna relevante quando percebemos dentro do movimento Rastafari no Brasil a falta de diálogo e companheirismo no meio dos casais, pois partindo principalmente dos homens, sendo eles atingidos pelos os propósitos da babilônia em relação às suas companheiras; quando impõem comportamentos, ditam regras dizendo como a mulher tem que se comportar, se colocando em alguns casos como donos (como se essas mulheres fossem propriedades deles).

Como se nós mulheres não fossemos portadoras de uma sabedoria que vem do alto (Selah), como se nós mulheres fossemos incapazes de tomar certas decisões, como se nós mulheres fossemos seres descartáveis, sempre tendo outra para ser colocada no lugar caso não correspondam a suas expectativas. Expectativas essas que ás vezes não são bem definidas nas cabeças deles.

Gostaríamos de dizer a esses homens que atentem-se para suas atitudes, e lembrem-se que JAH tudo vê, e que sempre há tempo de se arrepender e começar a tratar suas esposas e Irmãs de forma mais digna e respeitosa.

Para as mulheres que estão na busca de RastafarI, ou mesmo para aquelas que encontram barreiras em se aproximar em função de tudo já referido, que a verdadeira posição da Mulher em Rastafari é como Rainha Mãe da Criação, que dá vida, rege e harmoniza todas as coisas, ela dá a sustentabilidade, a instrução e o exemplo da retitude, ela ampara e traz luz para seus Irmãos, filhos e esposo, ela tem um papel fundamental na vivência. A Mulher Rasta não é limitada ou oprimida, ao contrário, ela é a única possibilidade real de libertação, pois está conectada diretamente com sua essência Omega na Mãe Terrena, ela sabe quem é, de onde veio e para onde vai. Valoriza sua beleza natural independente de indústrias de moda cosméticos, consumismo e alteração do corpo. Ela não depende de nenhuma droga para viver, só se alimenta da vida, é uma Mulher Sagrada e purificada, renascida no Amor Incondicional do Cristo Vivo.

Por isso Irmãos e Irmãs, não se deixem confundir com as ilusões que a babilônia traz todos os dias a respeito de RastafarI. Quando quiserem realmente saber o que é um Homem e uma Mulher no real exemplo, olhem para o Exemplo absoluto, o Casal Imperial, Rei Alpha Rainha Omega, Haile Selassie I e Imperatriz Menen, que no perfeito equilíbrio reinam para todo sempre nos corações de EU&EU, e nas vidas daqueles que seguem o Seu exemplo em todos os aspectos, plenamente.

Não queremos aqui estar isentando alguns erros que nós mulheres possamos cometer. Mas precisamos abrir um diálogo mais profundo no meio do movimento Rastafari para discutirmos essas questões, sem problemas, com nossos corações abertos para mudanças, se assim for necessário, pois quando não discutimos alguns assuntos que são pertinentes, eles se tornam naturais no meio de nós, é o caso da questão das mulheres, que já se tornou natural alguns comportamentos em relação a nós dentro do movimento Rastafari.

Selah!

Haile Selassie é o caminho. Imperatriz Menen, o exemplo.

Contatos:
Sista Dina Lopes - 
dinarasta@hotmail.com
Sista Luísa Benjamim – 
luisabenjamim@gmail.com



“Sua relação com Imperatriz Manen é algo que mostra seu simples e inabalável caráter. Ele casou com ela vinte anos antes de iniciar sua batalha pelo trono e nunca teve razão para arrepender-se de suas escolhas. Ela foi uma leal companheira de incontáveis maneiras, de que o mundo exterior pouco conhece, e isso é talvez mais para seu mérito de que, onde ela não pode ajudar, ela não tem dificultado...

O Imperador mostra por ela grande respeito, e, através de Seu tratamento atencioso por Sua esposa e alto padrão moral, tem dado um exemplo para Seu povo. Mesmo aqueles que gostam muito pouco de SMI não podem ter motivos para críticas em Sua vida conjugal. Em meio a tantos assuntos urgentes, Haile Selassie sempre daria prioridade a uma carta de Sua esposa e Ele se ocuparia com seus pedidos com generosidade e atenção meticulosa aos detalhes...

Era claro que o afeto entre o Imperador e Sua esposa tinha permanecido sem reduções.”

(trecho de “A Relação do Imperador Haile Selassie com A Imperatriz Menen - Por Princesa Asfa Yilma (em 1931), extraído de “EU&EU Realidade Rasta Especial Mulher RastafarI”)



“Durante os dias memoráveis de nosso companheirismo nunca tivemos diferenças que precisassem da intervenção de outros. Como Sarah foi para Abraham, assim foi ela para mim. Nossos desejos foram mútuos até que o Todo Poderoso nos separou. Sua ajuda pelo bem-estar do jovem, do ancião e do necessitado não requer testemunhos, pois foi maior que qualquer pensamento ou palavra. Nós fomos extremamente felizes por vivermos tempo suficiente na perfeita união, o que nos habilitou para vermos nossa descendência, nossos netos e nossos bisnetos. Nós estamos muito agradecidos ao Todo Poderoso por ter nos concedido essa longa e ininterrupta união, a qual não é muito comum nos dias de hoje. Hoje não poderia haver melhor oração para dizer.” (trecho do discurso de SMI Haile Selassie I na passagem de Imperatriz Menen)




Retirado de: http://omeganyahbinghi.blogspot.com/