quarta-feira, 22 de abril de 2009

POSTURA RASTAMEN

Saudações em Nome do Mais Alto JAH RASTAFARI que Vive e Reina por toda a eternidade do Alto do Monte Sião

No dia 12 de dezembro de 1960 O Rei dos reis, Haile Selassie I, desembarca com sua comitiva no Brasil.

Hoje, depois de quase 50 anos deste que Ras Tafari I esteve em visita diplomática por aqui, propomos uma reflexão sobre como seus ensinamentos são hoje tratados no Brasil.

Por todo o Brasil, de ponta a ponta, há homens que utilizam o nome de Sua Majestade Imperial (SMI) para os mais diversos fins e propósitos, não raro esses homens mancham o Seu Sagrado Nome sem nenhuma responsabilidade sobre as conseqüências dos seus atos.

Encontramos o Nome de SMI em sites comerciais, em nome de festas profanas, em letras de músicas bobas que passam por ‘reggae’, em camisetas e até cangas de praia, e aí vai. Nos shows de reggae o público profana com a boca o Seu Santo Nome com uma garrafa de cerveja em uma mão, um cigarro em outra e os olhos em alguma parte do corpo de alguma mulher mais próxima, sem nem mesmo saber o que significa a expressão “JAH RASTAFARI”.

É um profundo desrespeito que nós Rastas temos que conviver diariamente em função da desinformação e desinteresse do público do reggae com relação a Rastafari, como se fosse só mais um assunto de suas letras de músicas, que podia ser outro, como mulher, mar, sol.

Mas o que realmente causa preocupação não são essas pessoas que estão perdidas em meio às tentações e profanações da babilônia que vêem o Rasta como apenas mais um nome atrativo e lucrativo. O que é mais preocupante é a postura dos próprios Homens Rastas, daqueles que não só falam em Nome de SMI, mas se apropriam de Seu Nome como sua própria auto-identificação.

Antes de mais nada, queremos dizer aos homens que resolvem passar a se chamar de Rastafaris que tenham responsabilidade com o Nome que carregam. No momento que assumem esse Nome devem deixar para traz os comportamentos mundanos, os hábitos babiloucos, os apegos carnais, os vícios, etc. POSTURA RASTAMEN!

Para alguns homens, ser Rastafari é sinônimo de: cabelos dreads looks, o que não é a mesma coisa que ser um Homem Rasta, pois os dreads são apenas um dos componentes da fé, do movimento Rastafari, ter dreads não significa ter se tornado um Homem Rastafari.

O Homem Rastafari é um homem muito especial, tem uma percepção muito aguçada, enxerga além do que maioria vê, ele tem a beleza natural dada a ele por sua Mãe Omega e a inteligência e sabedoria de seu Pai Celestial. É muito talentoso, habilidoso, estudioso, forte, guerreiro, audacioso, e livre. Isso causa muita atração tanto de homens que querem andar com “o Rasta” como de mulheres que se sentem atraídas, na luxúria, pelo exótico rastaman.

Acontece, que muitos quando se deparam nessas situações acabam se deixando cair em tentação, se desviando do caminho reto e pecando na carne.

Não é raro os homens que enganam suas esposas, ou que mesmo levam uma vida promíscua.

Além disso, muitos ainda mantêm uma postura machista em seus relacionamentos tratando suas esposas com opressão e subjugando-as.

Em grande parte se reproduz os valores da sociedade branca racista e machista que diz que a mulher deve cuidar de afazeres domésticos e do cuidado das crianças deixando que os homens cuidem do resto.

No geral os homens são visto como o sexo “forte e dominante” (imposição da babilônia), o que leva geralmente, dentro desta sociedade imposta, os homens a desempenharem papeis como: machão, autoritário, mulherengo, precisam ter várias mulheres para serem vistos como verdadeiros homens.

Os homens são seres influenciados pelo meio em que vivem. O sistema capitalista com sua ideologia dominante que dita como os homens devem ser, o que eles devem defender, quais são seus valores e quais relacionamentos eles devem estabelecer com outros grupos.

Influenciados pelo sistema que a todo o instante dita comportamentos para os homens, comportamentos estes que têm sua base fundamentada nas relações de gênero.


“Gênero é um empreendimento realizado pela sociedade (capitalista) para transformar o ser macho ou fêmea em homem ou mulher” (Lima Junior, 2001.p.1). “Nesse sentido, gênero é uma construção social. Já que para transformar um bebê em homem é preciso investimento social”.


Esses investimentos com certeza são bem diferentes dos propósitos que Rastafari tem para as vidas dos homens e das mulheres.

Ter uma postura de um homem Rasta é adentrar em um mundo de paz interna, paz com seu próximo e principalmente com a natureza. Pois quando Rastafari criou a terra ele deu para o homem (Rasta) a incumbência de dar nomes aos animais, as plantas e a todo o ser vivente da terra.


“Havendo, pois, Rastafari ter formado da terra, todo o animal do campo, e toda a ave do céu, os trouxeram a Adão, para este ver como lhes chamaria, e tudo o que Adão chamou, a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.” (Gênesis 2:19)


Fazendo hermenêutica de Gênesis 2:19 percebemos que o homem possuía uma certa harmonia com a natureza (harmonia esta que foi perdida depois da desobediência do homem).

Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, descendente direto da dinastia Salomonica, tinha essa harmonia, pois segundo alguns estudiosos(as) da fé Rastafari, Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, Rastafari tinha o hábito de falar com os animais (um exemplo de harmonia com a natureza).

Distantes da vivência natural, influenciados pelo contexto sócio-cultural em que se inserem, alguns homens que se dizem Rastafari têm posturas totalmente equivocadas principalmente com relação às suas companheiras (Rainhas), eles conseguem reproduzir toda a estrutura machista opressora imposta pelo sistema capitalista, o sistema babilônico, muitas vezes impedindo que elas acessem o estudo e a vivência Rasta e não participem de reuniões, celebrações e outros espaços.

A Mulher têm suas funções sim, e é muito importante que ela esteja presente na educação de seus filhos, no cuidado de seu lar, e da alimentação de sua família, mas de forma alguma isso é função somente dela, ou isso a impede de estar em outros espaços. E não podemos agir como na babilônia, onde os homens ‘ajudam’ suas esposas no trabalho doméstico e no cuidado da criança, pois essa noção de ‘ajudar’ somente reforça uma separação de funções baseada em uma educação ocidental, que não se baseia em uma ancestralidade africana. Para os ‘Rastas’ que assim tratam suas esposas, com traição, reclusão e calando suas vozes e ações, perguntamos onde vivenciam a Supremacia Preta em seus relacionamentos, pois, ao que nós parece, isso é apenas uma reprodução dos hábitos dos homens brancos.

Além disso, muitos desses homens, quando se deparam com Mulheres com poder sobre seus atos, autodeterminação, autoconhecimento, e entendimento do Exemplo de SMI Imperatriz Menen, não agüentam o Fogo das Leoas, tentam calá-las utilizando-se de estereótipos machistas, e tratam logo de afastar suas esposas mais ‘mansas’ pra não serem influenciadas.

Isso não é um problema entre Rastas somente no Brasil, veja o depoimento de um Irmão Rastafari das Ilhas Virgens:


“Freqüentemente é dito às filhas Rastafaris que a mulher não deve ser vista e nem ouvida, que o trabalho de mulher seria ter bebês e que ela deveria ficar omissa nas congregações. Como pode um homem clamar o amor de Haile Selassie I, e ainda negar à sua mulher, irmã, mãe, filha, princesa, ou rainha de glorificar Haile Selassie I, com palavra-som e Ises com sua própria boca? É hipócrita! Irmãos, Eu insisto aos Eu’s para assumir o controle da I irits com verdades e direitos. Eu&Eu deve eliminar a escravidão dos Eu&Eu lares onde a mulher é considerada uma propriedade do homem. Chega de usar e abusar física e mentalmente das irmãs. Em vez disso, Eu&Eu deveria encorajá-las a completarem-se no ensinamento de Haile Selassie I, a adquirirem conhecimentos e habilidades que seriam valiosos para ela e sua família, i.e., escola ou uma profissão. Irmãs não são encorajadas a congregar e refletir, entre si, para estudos bíblicos e concretização do seu caminho. Quando irmãs tornam-se sábias, conscientes, com entendimento, se opõem ao tratamento negativo que eles as dão, utilizando os ensinamentos de Haile Selassie I como a sua força. Alguns irmãos também temem que, quando suas irmãs se reunirem com outras mulheres Rastafaris, o comportamento imoral e injusto deles será exposto. Irmãos, se você fizer o bem só o bem será falado de Eu. Lembrem-se, nunca é demasiado cedo ou tarde para um banho de chuva. Nunca é demasiado tarde para mudar.” (trecho de “Um Lugar para Mulher Rastafari” - por Ras Abede – extraído de “EU&EU Realidade Rasta - Especial Mulher RastafarI”)


Mas a grande especificidade que nos causa preocupação aqui no Brasil, é que essa postura vã desses supostos Rastas acaba afastando muitas mulheres da vivência, achando que a postura desses homens tem algo a ver com a real postura do Homem Rasta, ou que a posição imposta por eles para às mulheres tem algo a ver com a real posição da Mulher Rastafari, das Rainhas Pretas na vivência Eu&Eu.

É por isso que temos tão poucas famílias e comunidades Rastas no Brasil, mesmo depois de aproximadamente 30 anos de Movimento Rasta no país e meio século da visita de SMI Haile Selassie.

Sua Majestade Imperial I deu vários exemplos de como deve ser restaurada a harmonia que os homens perderam em relação às mulheres. Um dos exemplos foi quando Sua Majestade Imperial Haile Selassie I foi coroado Imperador da Etiópia em 1930, juntamente com ele a Imperatriz Menen também foi coroada, quebrando toda uma estrutura estabelecida pela babilônia, em relação a nós mulheres.

Segundo os critérios da Babilônia quando um homem se torna presidente de um País, governador de um Estado ou prefeito de um Município, a sua companheira (esposa) se torna ‘primeira dama’. Para Rastafari nós mulheres somos mais que primeiras damas.

Nossa crítica se torna relevante quando percebemos dentro do movimento Rastafari no Brasil a falta de diálogo e companheirismo no meio dos casais, pois partindo principalmente dos homens, sendo eles atingidos pelos os propósitos da babilônia em relação às suas companheiras; quando impõem comportamentos, ditam regras dizendo como a mulher tem que se comportar, se colocando em alguns casos como donos (como se essas mulheres fossem propriedades deles).

Como se nós mulheres não fossemos portadoras de uma sabedoria que vem do alto (Selah), como se nós mulheres fossemos incapazes de tomar certas decisões, como se nós mulheres fossemos seres descartáveis, sempre tendo outra para ser colocada no lugar caso não correspondam a suas expectativas. Expectativas essas que ás vezes não são bem definidas nas cabeças deles.

Gostaríamos de dizer a esses homens que atentem-se para suas atitudes, e lembrem-se que JAH tudo vê, e que sempre há tempo de se arrepender e começar a tratar suas esposas e Irmãs de forma mais digna e respeitosa.

Para as mulheres que estão na busca de RastafarI, ou mesmo para aquelas que encontram barreiras em se aproximar em função de tudo já referido, que a verdadeira posição da Mulher em Rastafari é como Rainha Mãe da Criação, que dá vida, rege e harmoniza todas as coisas, ela dá a sustentabilidade, a instrução e o exemplo da retitude, ela ampara e traz luz para seus Irmãos, filhos e esposo, ela tem um papel fundamental na vivência. A Mulher Rasta não é limitada ou oprimida, ao contrário, ela é a única possibilidade real de libertação, pois está conectada diretamente com sua essência Omega na Mãe Terrena, ela sabe quem é, de onde veio e para onde vai. Valoriza sua beleza natural independente de indústrias de moda cosméticos, consumismo e alteração do corpo. Ela não depende de nenhuma droga para viver, só se alimenta da vida, é uma Mulher Sagrada e purificada, renascida no Amor Incondicional do Cristo Vivo.

Por isso Irmãos e Irmãs, não se deixem confundir com as ilusões que a babilônia traz todos os dias a respeito de RastafarI. Quando quiserem realmente saber o que é um Homem e uma Mulher no real exemplo, olhem para o Exemplo absoluto, o Casal Imperial, Rei Alpha Rainha Omega, Haile Selassie I e Imperatriz Menen, que no perfeito equilíbrio reinam para todo sempre nos corações de EU&EU, e nas vidas daqueles que seguem o Seu exemplo em todos os aspectos, plenamente.

Não queremos aqui estar isentando alguns erros que nós mulheres possamos cometer. Mas precisamos abrir um diálogo mais profundo no meio do movimento Rastafari para discutirmos essas questões, sem problemas, com nossos corações abertos para mudanças, se assim for necessário, pois quando não discutimos alguns assuntos que são pertinentes, eles se tornam naturais no meio de nós, é o caso da questão das mulheres, que já se tornou natural alguns comportamentos em relação a nós dentro do movimento Rastafari.

Selah!

Haile Selassie é o caminho. Imperatriz Menen, o exemplo.

Contatos:
Sista Dina Lopes - 
dinarasta@hotmail.com
Sista Luísa Benjamim – 
luisabenjamim@gmail.com



“Sua relação com Imperatriz Manen é algo que mostra seu simples e inabalável caráter. Ele casou com ela vinte anos antes de iniciar sua batalha pelo trono e nunca teve razão para arrepender-se de suas escolhas. Ela foi uma leal companheira de incontáveis maneiras, de que o mundo exterior pouco conhece, e isso é talvez mais para seu mérito de que, onde ela não pode ajudar, ela não tem dificultado...

O Imperador mostra por ela grande respeito, e, através de Seu tratamento atencioso por Sua esposa e alto padrão moral, tem dado um exemplo para Seu povo. Mesmo aqueles que gostam muito pouco de SMI não podem ter motivos para críticas em Sua vida conjugal. Em meio a tantos assuntos urgentes, Haile Selassie sempre daria prioridade a uma carta de Sua esposa e Ele se ocuparia com seus pedidos com generosidade e atenção meticulosa aos detalhes...

Era claro que o afeto entre o Imperador e Sua esposa tinha permanecido sem reduções.”

(trecho de “A Relação do Imperador Haile Selassie com A Imperatriz Menen - Por Princesa Asfa Yilma (em 1931), extraído de “EU&EU Realidade Rasta Especial Mulher RastafarI”)



“Durante os dias memoráveis de nosso companheirismo nunca tivemos diferenças que precisassem da intervenção de outros. Como Sarah foi para Abraham, assim foi ela para mim. Nossos desejos foram mútuos até que o Todo Poderoso nos separou. Sua ajuda pelo bem-estar do jovem, do ancião e do necessitado não requer testemunhos, pois foi maior que qualquer pensamento ou palavra. Nós fomos extremamente felizes por vivermos tempo suficiente na perfeita união, o que nos habilitou para vermos nossa descendência, nossos netos e nossos bisnetos. Nós estamos muito agradecidos ao Todo Poderoso por ter nos concedido essa longa e ininterrupta união, a qual não é muito comum nos dias de hoje. Hoje não poderia haver melhor oração para dizer.” (trecho do discurso de SMI Haile Selassie I na passagem de Imperatriz Menen)




Retirado de: http://omeganyahbinghi.blogspot.com/

segunda-feira, 20 de abril de 2009

CRISTIANISMO ORTODOXO ETÍOPE



Entre os anos século III e IV d.C. Axum adquiriu territórios na Península Arábica, através do Mar Vermelho, conquistou a Etiópia do Norte e então finalmente dominou a cidade Meroé e todo o Império de Cush; uma das regiões mais férteis no mundo. A queda dos poderes da Núbia conduziu à ascensão meteórica do poder imperial dos axumitas.
A civilização Axumita construiu palácios, templos e tumbas bem arquitetadas e de rara beleza. Altas torres de pedras chamadas steale como monumentos. Um deles tem treze andares feitos de uma rocha de 100 pés de altura e pesando quatrocentas toneladas.

AS IGREJAS ESCULPIDAS EM ROCHAS

Atos 8:27- Filipe se aprontou e foi. No caminho ele viu um eunuco da Etiópia, que estava voltando para o seu país. Esse homem era alto funcionário, tesoureiro e administrador das finanças da Candace, rainha da Etiópia. Ele tinha ido a Jerusalém para adorar a Deus. Na volta, sentado na sua carruagem, ele estava lendo o livro do profeta Isaías. (Leia todo o texto em Atos 8:27-39 em sua Biblia.)

A igreja etíope começou com a conversão do eunuco, um oficial da corte, ministro das finanças da rainha. “Candace” não era o nome dela, mas um título, como “Faraó”, no Egito; “César”, em Roma, etc. Ele era um homem temente a Deus e tinha vindo de longe para a adoração em Jerusalém.
O cristianismo se estabeleceu como religião oficial de Axum no quarto século, com a conversão do rei Ezana.  Salmo 68: 32- “E a Etiópia estendia as mãos para Deus.” 
O rei Ezana permitiu também as religiões tradicionais. Ele mandou fazer inscrições de ações de graças a Deus por suas vitórias as quais estão gravadas em monumentos públicos nas línguas Ge'ez, sabeana e em grego além de emitir moedas douradas inscritas em cruzes.

 A Arca da Aliança levada de Israel por Menelik estava no Monastério de Tana Kirkos, o lago mais largo da Etiópia e fonte do Nilo Azul.


(Igreja Santa Maria de Zion, na Etiópia. Onde está a Arca da Aliança com as Leis dadas a Moisés)

O Rei Ezana mandou buscá-la e a colocou em uma capela sagrada em Axum, onde só uma pessoa pode vê-la, o homem sagrado, o guardião das tradições religiosas.As procissões ainda hoje em Axum passam ao redor da capela central e da igreja central em honra a arca da aliança.

O Imperador Lalibela viveu em 1185- 1225 d.C foi um dos mais proeminentes governantes de Axum. Conta à tradição que sua mãe o chamou de Lalibela porque no dia de seu nascimento ele foi cercado por diversas abelhas. Este mudou a capital para Rhoa e a rebatizou de Lalibela. Foi o primeiro a construir igrejas nas rochas, em locais que nomeou com passagens bíblicas: sepulturas com o nome de Adão e Jesus Cristo, córregos com o nome de Jordão e etc.

Lalibela desejou criar uma nova Jerusalém na sua cidade devido à conquista da cidade sagrada pelos muçulmanos no ano de 1187, por causa disto o povo etíope estava impedido de realizar peregrinações.

O primeiro caucasiano europeu a visitar as Igrejas foi o Português Pero de Covilhã. Outro Português, o padre Francisco Alves ainda desacreditado por suas descrições das incríveis Igrejas em Axum:
“Estou cansado de escrever sobre essas magníficas edificações, pois parece que não acreditam em mim caso escreva mais... Eu juro por Deus, em cujo poder estou submetido, tudo que tenho relatado é verdade.”
Lalibela construiu doze igrejas esculpidas em rochas. E uma das características notáveis destas igrejas é um túnel, de quarenta pés de profundidade em forma de cruz, que liga as doze igrejas. 

As Igrejas foram consideradas Patrimônio Histórico-Cultural da Humanidade, pela UNESCO em 1978. Elas são divididas em quatro grupos:
As Igrejas do Norte: Casa do Salvador do Mundo, Casa de Maria, Casa Gólgota, Capela Selassie e do Túmulo de Adão.
As Igrejas Ocidentais: A Casa de São Jorge; a mais preservada e bela das treze igrejas.
As Igrejas Orientais: Casa de Emanuel, Casa de Gabriel, Casa Abba Libanos

E os monastérios de Ashetan Maryam e Yimrehane Kristos.
A Casa do Salvador do Mundo é a maior delas, e também é a maior igreja do mundo construída em pedras. Ainda há monges negros seguidores da igreja etíope que moram nessas cavernas. A liturgia das doze igrejas continua a ser no Ge'ez antigo. O incenso queimado em rituais religiosos de hoje foram herdados do antigo cristianismo etíope. O Cristianismo da Etiópia é um dos mais antigos do mundo, tem cerca de 1600 anos.

 A teologia da Igreja Ortodoxa Etíope mantém ritos do Antigo Testamento, como a guarda do sábado, a circuncisão no oitavo dia após o nascimento, a abstenção da carne de porco.
Através de monges da Igreja da Síria, adotaram o monofisismo, doutrina que acredita que Cristo existia em apenas uma natureza, a divina. E que Jesus, portanto, não era uma pessoa humana e não tinha uma alma como os outros. Os monofisistas acreditam que após a encarnação, a natureza divina tinha absorvido a natureza humana em Jesus. Esse pensamento foi considerado herético pelas Igrejas européias.

 O Cristianismo africano é de suma importância e infelizmente não é conhecido. O povo preto foi predestinado antes da fundação do mundo para ser criado à imagem e semelhança de Deus e ser sua testemunha através dos séculos. A igreja etíope é uma das provas inconteste da história que os caucasianos se apropriaram e mudaram a história da igreja original: as igrejas africanas.


ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE AFRICANA


Organização de Unidade Africana (OUA), instituição diplomática internacional, foi fundada a 25 de Maio de 1963, em Addis Abeba, na Etiópia, por trinta chefes de Estado e de Governo africanos, e substituída pela União Africana (criada a 11 de Julho de 2000).
A Organização de Unidade Africana tinha como objetivos principais a defesa da independência dos países africanos colonizados, a luta contra toda e qualquer manifestação de colonialismo ou neocolonialismo, a promoção da paz e da solidariedade entre os países africanos e a defesa dos interesses políticos, econômicos e sociais dos países-membros e da África em geral. 
A OUA tinha as suas raízes no pan-africanismo, que surgiu, ainda em finais do século XIX, como manifestação de solidariedade entre intelectuais de origem africana, espalhados pelo mundo, contra a hegemonia cultural branca. Mas foi essencialmente a partir da Segunda Guerra Mundial que o pan-africanismo ganhou força, apresentando-se como uma ideologia de defesa dos valores culturais de África e de contestação à ocupação e repartição geopolítica do continente excetuadas pelas potências européias. Neste contexto, a Carta da OUA proclamava a vontade de salvaguardar a soberania e o respeito pela integridade territorial dos vários países, bem como a intangibilidade das fronteiras, de uma maneira geral, resultantes da ocupação colonial. Para além disso, pretendia eliminar todas as formas de colonialismo em África e fazer respeitar a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

 

A OUA tinha como órgão supremo a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, que reunia, pelo menos, uma vez por ano. Os outros órgãos que a integravam eram: o Conselho de Ministros, composto por ministros dos Negócios Estrangeiros ou outros, designados pelos Governos respectivos, devendo reunir-se, ordinariamente, duas vezes por ano; o Secretariado Geral; a Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem, que tinha por missão intervir por meios pacíficos nos diferendos que surgiam entre os estados-membros (por exemplo, entre a Argélia e Marrocos, em 1964-1965, e entre a Somália, a Etiópia e o Quênia, em 1965-1967); e as comissões especializadas para as áreas económico-social, da defesa, da educação e cultura, da saúde, higiene e nutrição, e da ciência, tecnologia e investigação. Em 1966, foi criado o Comitê de Libertação ou de Descolonização.

Por último, a OUA foi substituída pela União Africana que visa acelerar a integração sócio-económica do continente africano e promover a solidariedade entre os estados-membros, tentando assim responder aos novos desafios e desenvolvimentos políticos, econômicos e sociais que se colocam a África e ao Mundo.

*Sua Majestade Imperial Eayl Selase (Haile Selassie em Amhárico) foi o cabeça na idealização e criação da OUA. Foi através dos seus anseios e planos sobre a organização socio politica dos países africanos, que os demais chefes de estado se reuniram em torno da proposta Pan-Africanista.


H.I.M.

BENDITO É O AMOR DE RAS TAFAR I

Paz e Graças

A Associação Cultural Nova Flor tem como uma das finalidades a consolidação do Movimento Rastafari enquanto movimento sócio-cultural, político, filosófico e acima de tudo espiritual, na construção de cidadania, através de práticas educativas, culturais e sociais disponibilizando-as para a sociedade.


Sejam todas e todos bem vindos a Casa de Rastafari, Haile I Selassie I.